Nada menos que 41% dos acidentes são decorrência de más condições de ergonomia
Estes dias estava pesquisando pela internet a relação da ergonomia com acidentes de trabalho e me deparei com a publicidade do LIVRO: UM NOVO OLHAR NA PREVENÇÃO DE ACIDENTES DO TRABALHO: O FATOR ERGONOMIA escrito pelo Dr Hudson Couto e engenheiro, seu filho, Dennis Couto.
E olha isso. Os autores resgataram e reanalisaram, junto com engenheiros, médicos do trabalho e técnicos de segurança de 14 empresas, 983 acidentes do trabalho questionando sobre as condições de ergonomia em cada um deles e chegaram a algumas conclusões importantes: Nada menos que 41% deles (405 acidentes) foram em decorrência direta das más condições de ergonomia.
Os fatores que mais contribuíram para os acidentes foram ferramentas impróprias, layout inadequado, padrão operacional que não contempla a ergonomia (ou que até mesmo orienta para comportamentos ergonomicamente incorretos), posição forçada do corpo, piso inadequado, sobrecarga ligada à tarefa ou à atividade e meio inadequado de movimentação de materiais.
Dias destes, em um bate papo com o Prof. Edivaldo Gregório, especialista no FAP, ele relatou que em seus levantamentos, investigando a origem acidentária junto a seus clientes como forma de prevenir e reduzir posteriormente a alíquota tributária, chegou à conclusão que esse percentual pode chegar em torno de 70%. Essa informação só reforça minha tese antiga sobre a quão ESTRATÉGICA é a ergonomia para as empresas.
Minha experiência mostra que nem sempre é necessário investimentos vultuosos, automações etc. para solucionar más condições ergonômicas. Ajustes nos aspectos organizacionais (atividade bem planejada, metas coerentes e time adequadamente dimensionado); pequenas adaptações no layout; somado a medidas de prevenção (pausas formais, rodízio entre as atividades e/ou entre os operadores, incentivo a alternância de posturas) e aliado com treinamentos consistentes (padrão operacional e modo operatório eficiente e saudável, treinamento postural e sobre movimentação e manuseio de cargas) são capazes de mitigar ou até evitar estes acidentes.
Por isso, penso que é uma grande oportunidade perdida quando as empresas contratam uma consultoria para fazer sua AEP ou AET apenas como cumprimento de normas. Enquanto essas análises continuarem indo direto para as gavetas e não para as reuniões gerenciais, os acidentes evitáveis estarão sempre por ai.