Há cerca de dois meses nós mostramos aqui no blog da SST Online que o Brasil gastou aproximadamente R$ 15,6 milhões em despesas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) referentes a auxílio doença por acidentes de trabalho de 2012 a 2018. O número altíssimo assusta e nos leva a reflexão.
Outro número que assusta é o de Comunicação de Acidentes de Trabalho (CATs): somente em 2018 foram registradas 623,8 mil CATs no Brasil. No mesmo período, cerca de 2,0 mil óbitos por consequência de acidentes de trabalho foram somados no país.
Mas quais o setores que mais sofrem com acidentes de trabalho?
Nós fizemos um levantamento com dados do Ministério da Economia para apontar quais os principais setores e motivos de acidentes de trabalho no Brasil.
De 2012 a 2018, as “Atividades de atendimento hospitalar” registraram o maior número de CATs no país: 378.305; seguidas por “Comércio varejista de mercadorias em geral (super e hipermercados), com 142.909, e “Administração pública em geral”, com 119.273.
Em quarto lugar nesta lista vem as atividades em “Construções de edifícios”, com 104.646 CATs e em quinto lugar ficam as atividades de “Transporte rodoviário de carga”, com 100.344 acidentes de trabalho.
Prevenção é indispensável
Hoje, as principais ações do Governo Federal, quando o assunto é Saúde e Segurança no Trabalho (SST), são o estabelecimento de condições mínimas de saúde e segurança e fiscalização pelo cumprimento por parte das empresas .
Todavia, mesmo que a pauta tenha sido tratada com mais rigidez pelas empresas nos últimos anos, ainda há muitos empresários que acreditam que investir em SST é dispensável.
Porém, precisamos reiterar que está comprovado que mais de 90% dos casos de acidentes de trabalho podem ser evitados se haver mais prevenção.
Por que um lugar de saúde se torna lugar de doença?
Chama a atenção que os principais locais que levam a acidentes de trabalho sejam justamente os lugares que servem para curar as pessoas, como hospitais e clínicas.
Diante disso, queremos, de forma especial, falar sobre a importância dos cuidados com Saúde e Segurança do trabalhador nestes ambientes.
De acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), existem as áreas hospitalares críticas, semicríticas e não críticas.
Nas críticas, há maior risco desenvolvimento de infecções, seja pela manipulação de material biológico, presença de pacientes doentes ou pela realização de procedimentos invasivos.
Entre estes lugares estão as UTIs, lavanderias hospitalares, salas cirúrgicas, unidades de isolamento, bancos de sangue e unidades de hemodiálise.
Já nas áreas semicríticas há menor risco de transmissão de agentes de infecção em relação às áreas críticas.
Elas normalmente são ocupadas por pacientes portadores de doenças infecciosas de baixa transmissibilidade ou que não são portadores de doenças infecciosas.
As áreas não críticas, por sua vez, não são ocupadas por nenhum paciente e não oferecem risco de transmissão. Áreas administrativas, elevadores e almoxarifado são alguns exemplos.
Como evitar
Normas Regulamentadoras: A principal recomendação – e não poderia ser diferente – é o respeito às Normas Regulamentadoras (NRs)
Um bom exemplo é a NR 32, que estabelece medidas de proteção à Saúde e Seguranças dos trabalhadores em serviços de saúde. Conhecê-las bem e colocar em prática suas diretrizes é fundamental.
Uso de equipamentos de EPIs: Os Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), descartáveis ou não, deverão estar à disposição em número suficiente nos postos de trabalho, de forma que seja garantido o imediato fornecimento ou reposição.
Entre eles luvas de procedimento descartáveis, calçados fechados, vestimentas de trabalho adequadas para a atividade, máscaras, óculos de proteção e gorros.
Boas condições de trabalho: fatores humanos colaboram para a ocorrência de acidentes. Afinal, profissionais desgastados, cansados e estressados estão mais propensos a causar ocorrências devido ao desgaste físico e mental. Incentive boas relações interpessoais, trabalho em equipe harmonioso e o descanso pós jornada de trabalho.