7 passos para implementar uma Gestão de SST eficaz

A área de Saúde e Segurança no Trabalho (SST) tem como finalidade promover condições e ambientes de trabalho mais seguros e saudáveis. E, desta forma, prevenir acidentes e adoecimentos relacionados ao trabalho.

Além disso, pela Gestão de SST é possível contribuir com os objetivos de empresas, trabalhadores e do Estado, conforme abordamos no artigo Investir em SST é um bom negócio!?

Mas é preciso lembrar que isso não é atingido com trabalho isolado, sem planejamento, objetivos, ação e controle. Pois, conforme a clássica frase de William Edwards Deming:

“Não se gerencia o que não se mede, não se mede o que não se define, não se define o que não se entende, e não há sucesso no que não se gerencia”.

Neste sentido, precisa ser implementado um trabalho organizado, com comprometimento, participação das partes envolvidas e acompanhamento para que se consiga ter uma área de SST eficaz.

E como fazer isso?

A seguir apresentarei algumas etapas que podem ser compreendidas como peças de um quebra-cabeça. São os 7 passos para implementar uma Gestão de SST eficaz.

Cada uma tem a sua importância e o momento certo de ser utilizada, para que possamos promover condições e ambientes de trabalho mais seguros e saudáveis.

1º – Levantamento da situação inicial

O primeiro passo é saber onde estamos. Ou seja, qual é a situação atual da empresa em que estamos trabalhando ou prestando consultoria.

E para isso, algumas atividades devem ser realizadas e que exemplifico abaixo:

  • Qual é o histórico de acidentalidade e adoecimento da empresa?
  • Há ambientes de trabalho insalubres, periculosos e ensejadores de aposentadoria especial?
  • Quais são os requisitos legais que precisam ser atendidos?
  • Como está o desempenho da empresa (FAP)?
  • Como está o desempenho comparado com o segmento?

Levantados estes dados, há subsídios essenciais para apresentação à liderança de uma empresa com a finalidade de reportar a situação atual, ou seja, mostrar como a empresa se encontra em relação à SST.

Isso é suficiente para argumentar e demonstrar à empresa a importância de se fazer algo, visando a prevenção de acidentes e doenças relacionadas ao trabalho.

No entanto, para que seja realizado um trabalho eficaz é necessário o comprometimento da alta liderança da organização e da participação dos trabalhadores.

E neste sentido, chegamos ao segundo passo que precisa ser realizado.

2° Política

Com base no levantamento da situação inicial, a liderança da empresa deve definir, documentar e endossar uma política de SST. E essa política é o que irá estabelecer o comprometimento da organização em melhorar as condições e ambientes de trabalho.

E a política não é papel a ser evidenciado, mas o compromisso da liderança com o tema. É estar engajada, dar o exemplo. Sendo que isso refletirá diretamente no resultado a ser atingido, pois, conforme William Edwards Deming:

“A Qualidade começa com a intenção que é determinada pela alta administração. O trabalho da alta direção não é a gerência, é liderança”.

E é fundamental a participação dos trabalhadores na construção deste compromisso.

3° Planejamento

Com a política estabelecida, é preciso que seja planejado como atender a esta política. Para isso, 4 etapas são fundamentais, conforme apresentadas a seguir:

a) Avaliação de riscos

Realizar a avaliação de riscos, ou seja, identificar, analisar, avaliar e estabelecer as medidas de eliminação, redução ou controle dos riscos presentes nos ambientes de trabalho.

b) Requisitos legais

Paralelo a avaliação de riscos, é necessário levantar os requisitos legais que precisam ser atendidos pela atividade econômica da empresa.

c) Objetivos

Com base na avaliação de riscos e levantamento dos requisitos legais, bem como na comparação destas duas atividades com a primeira etapa (Levantamento da Situação Inicial), é possível estabelecer os objetivos da organização.

Ou seja, quais objetivos precisam ser atendidos para atender política?

E estes objetivos precisam ser específicos, mensuráveis, atingíveis, realistas e com prazos definidos. O Método SMART é uma excelente ferramenta para contribuir com essa atividade.

d) Plano de ação

Com os objetivos estabelecidos, precisa ocorrer um planejamento de como atingir tais objetivos.

Para isso, precisa ser elaborado um plano de ação, estabelecendo as ações a serem realizadas, como elas serão realizadas, os responsáveis, os prazos e os recursos necessários. O 5W2H é uma excelente ferramenta para contribuir com essa atividade.

4° Suporte

Com o plano de ação elaborado, algumas definições precisam ser estabelecidas com a finalidade de identificar quais aspectos de suporte irão contribuir com a execução do plano de ação.

Para isso, precisa ser evidenciado as responsabilidades estratégicas, táticas e operacionais que irão sustentar o atendimento da Política.

Assim como o levantamento e disponibilização dos recursos necessários, conforme estabelecido no Plano de Ação.

Também é necessário que seja detectado quais as competências fundamentais e pertinentes às partes envolvidas. Ou seja, relacionadas à qualificação, treinamento, instruções.

Há também de ser estabelecido como se dará o canal de comunicação entre todos os envolvidos, para que se tenha informações e reports das ações, ajustes e melhorias que se fizerem necessárias.

Como também precisa ser mapeado toda a documentação necessária, sob o aspecto legal (que precisa ser atendido), quanto aos aspecto de instrução (normas internas, procedimentos) para que se tenha um banco de dados, rastreabilidade de informações atendimento à legislação.

5° Implementação

Com objetivos estabelecidos, plano de ação elaborado e aspectos de suporte definidos, é hora de agir: implementar as ações visando melhorar as condições e ambientes de trabalho e prevenir acidentes e doenças relacionadas ao trabalho.

Para isso, algumas etapas são fundamentais, conforme destacadas abaixo:

a) Eliminar os perigos e reduzir ou controlar os riscos

Com base na avaliação de riscos e no plano de ação elaborado, precisam ser executadas as ações visando eliminar os perigos e reduzir ou controlar os riscos, conforme a seguinte hierarquia:

  1. Eliminar os perigos
  2. Substituir as fontes de perigo por outras menos ofensivas/agressivas
  3. Controle de engenharia (EPCs)
  4. Controles administrativos ou organizacionais
  5. Controles com medidas individuais (EPIs)

b) Gestão de mudanças

Também devem ser estabelecidas as medidas e ações que devem ser tomadas nas situações de mudança, ou seja, trabalhos não previstos, condições não avaliadas, circunstâncias não previstas.

Em resumo, qualquer aspecto que implique um risco diferente do planejado.

Aqui cabe atenção, principalmente quanto às atividades não rotineiras.

É fundamental a percepção e competência do trabalhador em como lidar com a mudança. Bem como, a compreensão da liderança.

c) Gestão das contratadas

A empresa também precisa estabelecer as medidas de prevenção a serem adotadas pelos prestadores de serviços: os terceiros.

Neste sentido, a contratante precisa informar à contratada os riscos existentes em seu ambiente de trabalho, bem como as medidas que precisam ser adotadas.

Cabe também à contratante acompanhar e garantir que os trabalhadores da contratada estejam seguindo os requisitos estabelecidos, visando prevenir acidentes e doenças relacionadas ao trabalho.

d) Preparação e atendimento à emergências

Mesmo que a empresa adote as medidas cabíveis quanto à prevenção e proteção, há de se prever um plano de contingência: se algo der errado e não sair conforme o planejado, o que deverá ser feito?

Isso é muito conhecido como plano de emergência, plano de contingência, plano de mitigação, plano de resgate, salvamento.

Inclusive, algumas circunstâncias tem até previsão legal a respeito deste assunto.

6° Verificação

As ações executadas precisa ser acompanhadas, com duas finalidades:

  1. Esta sendo executado conforme planejado?
  2. Qual é o desempenho das ações executadas?

Desta forma, podemos levantar elementos para identificar se algo precisa ser ajustado, melhorado ou padronizado.

Nesta etapa de verificação, algumas ações são essenciais, conforme exemplificadas a seguir:

  • Acompanhamento das ações planejadas
  • Inspeções
  • Monitoramento ambiental
  • Análise de incidentes, acidentes e adoecimentos relacionados ao trabalho
  • Avaliação de conformidade
  • Auditorias

Com base nestas verificações, precisa haver uma análise crítica pela liderança da empresa, com o intuito de identificar se a política está sendo atendida.

7° Melhorias

Com base na verificação das ações executadas, bem quanto ao desempenho alcançado, precisam ser identificadas as ações a serem estabelecidas. E dentre estas ações, estão:

  • Ações preventivas
  • Ações corretivas
  • Tratamento das não conformidades
  • Implantação de oportunidades identificadas

Ciclo de Melhoria Contínua – PDCA

Estes 7 passos do quebra-cabeça para se implementar uma Gestão eficaz de SST, podem ser ilustradas na imagem abaixo:

Não foi fornecido texto alternativo para esta imagem

Com isso, é possível estabelecer uma Gestão de SST eficaz, por meio de uma melhoria contínua do desempenho de SST, visando a promoção de ambientes de trabalho mais seguros e saudáveis.

Além disso, contribuiremos positivamente com empresas, trabalhadores e o Estado, ou seja, a sociedade em geral.

Se você se interessou sobre o assunto e quer saber mais sobre Gestão de SST, te convido a conhecer meu curso on-line Dominando o GRO & PGR as inscrições encerram hoje (sexta, dia 12/06). SAIBA MAIS AQUI

E também, seguem algumas referências podem contribuir com seu trabalho de gestão de SST abaixo:

  • BS 8800: 1996
  • OHSAS 18001: 2007
  • ILO-OSH: 2001
  • ISO 45001: 2018
  • ISO NBR 31000: 2018
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