O Fator Acidentário de Prevenção (FAP) com vigência para 2020 foi publicado. É ele que deixa evidente os custos que uma empresa tem com a inexistência de um ambiente de trabalho seguro e saudável.
O FAP é um excelente indicador, pois expressa os índices econômicos e de acidentalidade de determinado período, ou seja, apresenta os resultados da gestão da Saúde e Segurança de uma empresa.
E desta forma, quanto menor for a acidentalidade, menor será o impacto econômico. Por outro lado, quanto maior a acidentalidade, maior será o impacto econômico para a empresa.
Neste sentido, a empresa pode reduzir pela metade a sua contribuição à Previdência Social, como também pode contribuir o dobro, já que o FAP permite a flexibilização do Seguro contra Acidentes de Trabalho, representado pela alíquota GIIL-RAT.
Para saber mais sobre o FAP e seus impactos, recomendo este artigo.
FAP em pauta
Sendo assim, esta época, entre setembro e novembro, o assunto “FAP” fica em pauta de muitas empresas, profissionais, contabilidades e consultorias.
Mas, este assunto, bem como os dados divulgados, não devem servir como parâmetro para debatermos o passado, ou seja, o que já aconteceu. E sim como um instrumento de aprendizado constante e planejamento futuro.
Não irá ajudar em nada procurar culpados pelo que já ocorreu e sim uma maneira de encontrarmos as soluções para os problemas atuais, pensando nos resultados futuros. Claro, esta análise visualizando o que já ocorreu nos serve para identificar como foi o desempenho da gestão da Saúde e Segurança de uma empresa. E diante disso, concentramos nossos trabalhos em ajustar as “velas” e seguir em diante.
Ambientes mais seguros e saudáveis
Com base nos dados divulgados, podemos melhorar nossos processos, bem como implantar novos, visando reduzir custos, por meio da promoção de ambientes de trabalho mais seguros e saudáveis.
E um grande equívoco realizar uma análise míope, ou seja, apenas nos benefícios acidentários, que impactam diretamente em um FAP maior ou menor – claro, há outras variáveis, mas aqui irei concentrar-me no que podemos gerenciar.
Pois os benefícios acidentários originam-se de atestados. Que por sua vez, poderiam ser identificados por meio de monitoramento da saúde dos trabalhadores. E por aí vai…
É o que podemos chamar de a teoria do leite derramado.
Desta forma, precisamos gerenciar a base da cadeia geradora dos impactos. E neste tipo de gestão, o custo e a complexidade são menores na base do que no topo da pirâmide abaixo.
Sendo assim, podemos direcionar nossos esforços e nosso foco de atuação com maior intensidade na gestão dos riscos. Pois quanto menos riscos, menos acidentes, menos atestados, menos afastamentos e menos afastados.
E como fazer isso? Seguem algumas sugestões do que você pode fazer pela sua empresa ou pelo seu cliente.
Gestão de SST baseada em resultados
1º Gestão de Riscos
- Identifique os riscos
- Análise os riscos
- Avalie os riscos
- Trate os riscos
2° Gerencie os eventos adversos
- Estabeleça um processo de controle dos acidentes, incidentes e condições inseguras, por meio da comunicação interna, registro, investigação, emissão de CATs e plano de ação;
- Monitore as ocorrências de eventos adversos e as tratativas realizadas;
- Elabore relatórios de acompanhamento gerencial;
- Realize reuniões periódicas de report.
3° Monitore a saúde do trabalhador
- Estabeleça um processo de monitoramento da saúde do trabalhador solicitação, registro e análise de exames ocupacionais e assistenciais, comunicação, registro e tratativas de alterações, queixas e diagnósticos, e plano de ação;
- Monitore as ocorrências de alterações, queixas e diagnósticos e as tratativas realizadas;
- Elabore relatórios de acompanhamento gerencial;
- Realize reuniões periódicas de report.
4º Gestão de atestados
- Estabeleça o processo de controle de atestados médicos: entrega, análise e o registro de atestados médicos;
- Monitore a apresentação de atestados médicos e as tratativas realizadas;
- Elabore relatórios de acompanhamento gerencial;
- Realize reuniões periódicas de report.
5° Gestão de afastamentos
- Estabeleça o processo de gestão de afastamentos: agendamento da perícia médica, elaboração de subsídios para o perito, monitoramento do resultado de perícias médicas e importação sistêmica de benefícios do site da Previdência Social;
- Elabore as contestações/recursos de benefícios acidentários caracterizados indevidamente;
- Monitore os afastamentos previdenciários, as contestações/recursos realizados e as tratativas realizadas;
- Elabore relatórios de acompanhamento gerencial;
- Realize reuniões periódicas de report.
6º Gestão de afastados
- Estabeleça o processo de gestão de afastados: previsão de retorno, evolução do tratamento/recuperação, análise da capacidade laboral, tratativas de retorno ao trabalho;
- Estabeleça as tratativas para reabilitação ou readequação profissional;
- Monitore os afastados e as tratativas realizadas;
- Elabore relatórios de acompanhamento gerencial;
- Realize reuniões periódicas de report.
E este assunto será tema central de cursos que realizarei em outubro em BH, Contagem e Cuiabá. Maiores informações e inscrições nos links abaixo:
Curso de Gestão de Afastamentos, FAP, NTP e GIIL-RAT