Novas doenças de trabalho: como evitá-las na sua empresa

Até 2020 a depressão passará de 4ª para a 2ª colocada entre as principais causas de incapacidade para o trabalho. A afirmação é da Organização Mundial da Saúde (OMS). Enquanto há alguns anos lesões físicas dominavam o topo da lista de doenças de trabalho, hoje os transtornos mentais e psicossociais têm assumido a ponta.

A depressão, a mais conhecida delas, já atinge mais de 5% da população brasileira. O Brasil é considerado hoje o país mais estressado da América Latina. 

Além da depressão, o transtorno de ansiedade também assume a lista de doenças de trabalho. Hoje, 9,3% dos brasileiros sofrem de ansiedade. Esse problema engloba efeitos como fobia, transtorno obsessivo-compulsivo, estresse pós-traumático e ataque de pânico.

Outra doença, ainda pouco conhecida, tem se espalhado entre os trabalhadores: a Síndrome de Bournout, caracterizada pelo esgotamento profissional. Esta última foi incluída recentemente na lista de doenças e, por consequência, nas doenças de trabalho.

A Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde (CID-11) ficou pronta no ano passado, após aprovação na 72ª Assembleia Mundial da OMS.

E por que estamos falando sobre isso?

Precisamos ficar atentos! Nossos colegas podem estar sofrendo de alguma destas doenças de trabalho em silêncio e sequer percebemos. 

O alerta se acende ainda mais se levarmos em conta que a depressão é a principal causa do suicídio.

Dados divulgados pelo portal G1 mostram que a taxa de suicídios a cada 100 mil habitantes aumentou 7% no Brasil, ao contrário do índice mundial, que caiu 9,8%.

O alerta foi dado pela OMS e compara mortes autoprovocadas registradas pela organização em 2010 e em 2016 em diversos países do mundo.

O que podemos fazer em nossas empresas?

Existem ações que podemos fazer para que evitar que nossos colegas ou até mesmo nós soframos com estas doenças de trabalho, afinal o clima organizacional pode ter muita influência sobre isso.

Enquanto há alguns anos as empresas não consideravam a gravidade destas doenças, hoje, em muitos lugares, já há profissionais capacitados para atender os colaboradores.

Porém, há ainda muitas empresas que tratam como tabus e funcionários que precisam esconder este sentimento. Não podemos mais aceitar situações como estas, afinal, já sabemos – e os números comprovam – que isso pode levar a consequências gravíssimas. 

Diante disso, cabe também a nós que trabalhamos com Saúde e Segurança do Trabalho (SST) ajudarmos a criar um ambiente saudável de trabalho, voltado para programas de qualidade de vida, com atividades físicas e com a possibilidade de que os funcionários possam se expor e falar sobre seus problemas.

E como consequência disso tudo, teremos mais rendimento e quem ganha com isso é a própria empresa.  A OMS diz que “a adesão aos princípios dos ambientes de trabalho saudáveis evita afastamentos; minimiza os custos com saúde e com a alta rotatividade; e aumenta a produtividade em longo prazo, bem como a qualidade dos produtos e serviços”.

Setembro Amarelo

O mês de setembro é conhecido como “Setembro Amarelo” e une as pessoas em conscientização e prevenção ao suicídio. 

No Brasil, o movimento foi criado em 2015 pelo CVV (Centro de Valorização da Vida), CFM (Conselho Federal de Medicina) e ABP (Associação Brasileira de Psiquiatria), com a proposta de associar à cor ao mês que marca o Dia Mundial de Prevenção do Suicídio, lembrado no dia 10 de setembro.

Ainda há tempo de você fazer o movimento acontecer também no seu local de trabalho. 

E lembre-se: o CVV atende 24h por dia pelo telefone 188. Se você ou alguém que você conhece precisar conversar, desabafar… Não exite em ligar!

 

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