Websérie Empreendendo como TST – Ep 06: riscos e benefícios em empreender

Empreender não necessariamente é montar um negócio próprio. Existem vários empreendedores atuando dentro de instituições públicas e privadas, levando ideias inovadoras para seus ambientes de trabalho e seus respectivos mercados.

Olha só as definições do dicionário para esta palavra:
“decidir realizar (tarefa difícil e trabalhosa); tentar.”
“pôr em execução; realizar.”

É sempre bom dar esta informação para que não fiquemos “presos” ao conceito de que empreender é montar algo, abrir empresa, etc. Não necessariamente. Dito isso, vamos seguir nosso foco.

Nosso foco é o empreendedorismo do técnico em Segurança do Trabalho quando este resolve seguir carreira “solo” (solo entre aspas porque já vimos que podemos fazer muitas parcerias e ampliar nossa oferta de serviços), investindo suas fichas em sua empresa de consultoria.

Muita gente vê o consultor apenas com o olhar fixo em seus resultados, mas para ele alcançar bons resultados (a parte que as pessoas acabam vendo) ele já passou por um longo caminho que nem sempre foi de mares calmos, já houve muita tempestade também (a parte que as pessoas não veem), pois só enxergam aquela ponta do iceberg onde está o sucesso.

Mas existe a parte do iceberg que ninguém vê e é dela que vamos falar agora:

Assim como todo empreendimento, investir em uma empresa de consultoria em Segurança do Trabalho tem seus riscos e possibilidades negativas e nós precisamos falar sobre isso também.

A quantidade de gente que resolve tentar e não dá certo é relativamente grande e essas pessoas acabam abandonando a área de SST.

Não existe fórmula mágica e nem receita de bolo, mas, como falamos no primeiro artigo da série, há um caminho a ser seguido e pular etapas pode, de fato, decretar o fim do empreendimento.

Muita gente resolve virar consultor e quer apenas fazer uns cartões de visitas e tentar entrar no mercado de qualquer forma. Essa falta de planejamento acaba jogando tudo por água abaixo.

O pulo do gato para tentar evitar a ocorrência dos riscos é, principalmente, conhecê-los. Desta forma já dá pra se planejar, se organizar e buscar uma alternativa para que aquele problema não se torne uma barreira.

Para chegar a cem é preciso primeiro ter um

Creio que o primeiro problema para quem começa na área de consultoria é também o maior deles: conseguir clientes e começar, de fato, a trabalhar. Ao iniciar as atividades, deve-se estar preparado para um início difícil, pois ninguém começa com cem clientes.

Para chegar ao centésimo é preciso ter o primeiro e muitas vezes essa pressa acaba levando a uma pressão e atrapalhando, pois existe a necessidade de gerar receita para pagar as despesas do dia a dia. Quanto a isso, não tem outro jeito que não seja se organizar para este período de “baixa”.

Para tentar minimizar os impactos deste início de trabalho, a sugestão é seguir os caminhos propostos no artigo sobre “como chegar aos clientes”, enfatizando cada etapa relacionada aos contatos pessoais (família e amigos, principalmente, são excelentes caminhos para obter clientes).

Além deles, deve-se enfatizar também o contato com contadores, conforme falamos neste mesmo artigo e também no artigo “fazendo parcerias”.

Desta forma, já temos ferramentas para tentar minimizar os impactos causados pela baixa procura de clientes no início das atividades de consultoria.

Obviamente que todo mundo quer ser remunerado pelo seu trabalho, inclusive quem trabalha por conta própria e quem tem sua empresa de consultoria.

Mas existem outras coisas muito importantes além da remuneração e não me refiro a “ser seu próprio chefe” ou “fazer os seus horários”. Até porque pouca gente leva em consideração que normalmente o empreendedor autônomo trabalha muito mais do que o assalariado.

O grande benefício de empreender

Na minha opinião, o grande benefício de trabalhar por conta própria é a possibilidade de inserir seus valores no seu dia a dia, e não necessariamente seguir os valores de alguém ou de outra empresa (que muitas vezes podem não ser os seus).

Eu mesmo, antes de atuar na área de Segurança do Trabalho, já pedi demissão de uma das maiores empresas produtoras de tabaco do mundo. Não fumo e sou radicalmente contra esta prática.

Quando estive lá dentro pude ver o quão ruim era fazer parte daquilo, eu sentia que estava contribuindo para envenenar uma quantidade gigantesca de pessoas.

Minha saída fez alguma diferença para a empresa? Não. Mas com certeza fez uma diferença enorme pra mim, para o que eu acredito e tenho como princípios e valores.

Logo, trabalhar de forma autônoma te permite comportar-se da forma que acha que deve. Eu, por exemplo, gosto de pautar minhas atividades na ética, transparência e honestidade e posso me dar a oportunidade de trabalhar assim. Qualquer prática que vá ferir uma dessas três vertentes eu posso recusar, eu tenho essa possibilidade.

Sendo assim, você pode implantar seus valores ao seu “time” (suas parcerias e quem sabe, futuramente, seus funcionários). Sabe aquelas empresas que possuem placas na recepção com as definições de “missão, visão e valores”?

Na sua empresa de consultoria você vai poder fazer estas definições e pautar as diretrizes no que você acredita, implantando uma cultura baseada no que você julga ser imprescindível comportamentalmente para você e sua equipe. Sinceramente, na minha opinião isso é o máximo!

Pode soar meio “papo de autoajuda” mas a verdade é que quando você atender bem seus clientes e ficar satisfeito com isso, a remuneração deixa de ser sua prioridade e quando isso acontecer ela vai passar a ser cada vez mais frequente.

Resumindo, se tiver tesão em resolver as necessidades dos seus clientes isso vai fazer você trabalhar melhor e cada vez mais sendo pago pra isso.

Colocar o tesão do seu trabalho na frente da necessidade financeira. Esse pra mim é o maior benefício de abrir sua consultoria, fazer o que gosta, superar expectativas e ser pago por isso.

“Trabalhe pelo que gosta e será feliz. Trabalhe pelo dinheiro e será escravo dele”. (Rubenita Simey)

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